17/06/2014

Vendo, vendo, vendo...

Não sei se é a proximidade dos 30 que tem me tornado uma pessoa mais crítica (chata) ou se é algum tipo de amadurecimento natural que algumas pessoas passam na vida, ao qual estou sendo submetida pela mãe natureza.
Quando me formei na minha primeira graduação (educação física) eu tinha a impressão de que poderia salvar o mundo e me decepcionei. Hoje, após uma pós graduação e meio caminho andado da segunda graduação (pedagogia) tenho a impressão de que posso salvar os meus alunos, será que estou novamente iludida?
De uns tempos pra cá, comecei a observar algumas futuras colegas de profissão. Observo a postura em sala de aula, os métodos de estudo, ética, postura, perfil e confesso que tenho ficado cada dia mais assustada.
A quantidade de pessoas que cursam pedagogia só pelo falto de amarem as crianças é assustador. Parece que isso basta para que se configure a figura da professora perfeita que irá se formar. São futuras profissionais que não gostam de ler, não tem paciência, não acreditam em perfil profissional, "colam" nas avaliações, não estudam, não se dedicam, não brigam por seus direitos, comemoram quando não tem aula e que gostam daquela aula tradicional, com conteúdos mastigados e empurrados garganta abaixo, sem reflexão e água para ajudar a engolir.
Me pergunto que tipo de profissional teremos nas escolas e que tipo de alunos iremos formar? Quem são essas futuras educadoras que as universidades estão despejando aos montes na praça todos os dias?
Eu não sou a maior consumidora de livros, não sou a estudante mais aplicada, não sou a professora Helena do Carrossel, mas me esforço todos os dias para me superar, aprender mais sugando o máximo dos professores e teóricos e me empenho para ser a melhor profissional que posso ser. Mas por que não estão todos nesse ritmo?
Acho que essa é uma pergunta que não tem resposta certa, assim como não é certo dizer que todos que trabalham com educação amam o que fazem.  Então por que escrevi tudo isso e levantei tal questionamento? Bem, porque eu amo o que faço e não consigo entender o porquê que alguém faz um curso para ser professora e não se comporta como tal.
Seria um problema de base na educação escolar dessas pessoas? Seria a lei da oferta e procura de emprego? A velha frase "professor não fica desempregado"? Não sei. Ficaria aqui discutindo N razões para isso e ficaria patinando na lama sem sair do lugar.
Penso.
O melhor que tenho a fazer nesse momento é fechar as cortinas da minha cabine e continuar no ritmo que estou, sem olhar para os lados, só a frente, para não perder o gás e acelerar o quanto mais eu puder. Não vou convidar ninguém para subir e ir comigo, pois minha postura é vista de forma equivocada por estas pessoas. Uma pessoa que assume um ritmo assim é vista como mesquinha, exibida e esnobe. Uma pena pensarem assim, pois eu tinha lugar a lhes oferecer ao meu lado.
Essa semana li um post da Juliana do "O Batom de Clarice" falando sobre o título de doutorado e suas consequências. As pessoas enxergam o conhecimento alheio como forma de exibicionismo. Ao invés de se especializar, buscar crescer e aprender mais, se dedicar e se esforçar essas pessoas preferem simplesmente criticar e, as vezes, até rir.
Lamento. Lamento por elas e por seus futuros alunos. Lamento pela educação do país que está afundando cada dia mais por conta desses profissionais mal preparados, mal qualificados e falsos amantes da educação.
Como disse, não sou a dona da razão, mas acho que tenho coerência quando penso e reflito sobre essa questão.
Se você se viu em algum momento desse post e se sentiu ofendido você tem duas opções: 1, mudar sua postura diante dos fatos, pensar nos seus pontos fracos e trabalha-los para que você se torne um bom profissional, que gosta do que faz, se dedica e tenta ser o melhor nisso ou 2, esqueça tudo o que eu disse, aceite minhas desculpas pela ofensa e volte ao seu mundinho feliz.
Acho que falei demais para um simples desabafo. Encerro aqui esse primeiro capítulo de desabafos pedagógicos.

Obrigada pela visita.

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